sábado, 2 de outubro de 2010

RIZOLLI & ISLES: uma dupla diferente ?

Faça uma receita que pode ser um sucesso: 1-coloque uma Olivia Benson (ou Cathy (de CSI), ou mesmo Stella Bonasera (de CSI:NY) 2 - junte uma Bones, com mais estilo do que Brenda Johnson. 3- Junte dois detetives um jovem e um velho, um muito voltado para descobrir pistas através dos programas do computador e outro, no velho estilo de dedução Finalmente, coloque uma pitada de comédia e para cobrir tudo isso uma família italiana. Eis uma receita que pode gerar várias temporadas.
Estou falando da série policial investigativa, da temporada de verão, com 10 episódios, inspirada nos livros de Tess Gerriter, que junta com Janet Tamaro, defendem a criação.

O esquema de roteiro já é bem conhecido, uma central de polícia e o ambiente do médico legista. Até aí nada mudou com relação às séries iniciadas em 2000. Mas os perfis das mulheres que têm essas difíceis profissões (detetive e médica legista), entram em rota de colisão com a ditadura da beleza (Sex and the city) e capitulam. Basta ver The Closer (2005); finalmente o mundo está em conflito, os fundamentalismos e tradições estão na coluna “do bem”, do “natural”, as ditaduras estão na estética, na beleza e no consumo, portanto os dramas policiais precisam ficar mais leves e algumas posições e situações entre amigas ou entre elas e a família entram como outros ingredientes nas séries investigativas.
A família de um lado, a tentativa para encontrar o parceiro ideal, por outro formam o ligamento entre o ambiente profissional e o privado. Pelo menos , esta série é bem mais plausível, do que outras. A família entra devido aos rizolles e macarronadas: é uma família italiana, com domingos em família e com uma mamma muito incrível (Lorraine Bracco, a psicanalista de A família Soprano).
A dupla principal é formada pela detetive Jane Rizolli (Angie Hamon, a promotora auxiliar de Law & Order ) e a médica legista Maura Isles (Sasha Alexander, NCIS, primeira temporada) que são amigas, confidentes. Diferentes em tudo, uma policial, filha de italianos, classe média baixa e a outra médica legista, criada em colégio interno (Europa?), filha (adotiva) de pais universitários, graduada em Medicina. Uma precisa trabalhar a outra trabalha para dar sentido à sua vida. Uma é o que a outra não é, mas se complementam. Uma bebe vinho, a outra cerveja. Uma veste roupas confortáveis para a investigação policial (calça comprida, blusa e blazer), a outra sempre usa vestidos e saltos muito altos. Parece até que as criadoras quiseram unir uma mulher solteira da década de noventa (como Olívia Benson) com o outro modelo do século XXI. Essa “feminilidade” prescrita atualmente com o consumo de vestidos-bolsas-e-saltos-altos sempre foi acrescentada a uma cabeça fútil, superficial, voltada para a aparência e para perseguir um homem em busca de uma estabilidade emocional. Mas são mulheres as criadoras e elas sabem que tentar encontrar o seu nicho na aparência não retira a competência e a inteligência da mulher e as idealizadoras da série deram a volta por cima, construindo mulheres mais plausíveis, menos fúteis, tirando situações cômicas dessas duas mulheres tão diferentes. A “feminilidade” está só na aparência de Maura, pois as duas são fortes e decididas.
Portanto, talvez essa dupla agrade em cheio ao público, principalmente, às mulheres que sabem que para vencer na vida precisam de estudos, inteligência e de atitudes. Elas não vacilam. Já está confirmada uma segunda temporada.

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