domingo, 13 de novembro de 2011

Comentários a esmo (I)

Porque não consigo assistir as novelas atuais e vai acontecer o mesmo com as séries norte-americanas

Assistindo, ontem, a um documentário sobre o desenvolvimento da Rede Globo e do seu diretor e dono Roberto Marinho, foram apresentadas cenas das primeiras novelas da década de setenta e oitenta e percebi como eram diferentes as novelas daquela época das de hoje e só me deu certeza de que a Globo, seguindo a Tupi e a Excelsior, tinham as temáticas que abriram veios muito avançados, de questionamento e sérios, bem diferente do momento atual quando as temáticas estão a reboque do cotidiano e de inserções (às vezes equivocadas)didáticas. Novelas como Irmãos coragem, Selva de pedra e para mim a mais inovadora Dancing Days (1978), de Gilberto Braga. Os temas mostravam a realidade e ia mais adiante. Como se podia criar uma personagem principal como uma menina de classe média rebelde e marginal (usava drogas, mãe solteira aos 15 anos) e que após passar 10 ou mais anos na prisão, voltava a viver e conseguia tornar-se o centro das atenções de uma sociedade abastada?
Vivia-se naquela época, podia-se ir à fundo nos problemas das classes e mostrar os defeitos. Em Dancing days não havia heroína nem personagens perfeitos, não havia gente do bem ou do mau, todos eram imperfeitos e tentavam seu lugar ao sol.
Schumacher, diretor norte-americano, em uma entrevista afirma que criar estórias com pessoas perfeitas é muito chato. Concordo.
Ainda bem que não só vivenciei este momento e depois não agüentei mais as “novelitas” que vieram nos anos noventa.
Da mesma forma, as séries norte-americanas foram vivas e sérias nos anos noventa, mas agora, provavelmente pela derrocada econômica da maioria de sua audiência, as comédias sem sentido ou que focam famílias (adoráveis e idealizadas) têm mais audiência do que series dramáticas.
Falarei sobre isso, em breve.

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