domingo, 21 de setembro de 2014

NO INTERVALO: As mulheres de Mad Men



Estamos nos primeiros anos de 1960. Chega Peggy ( 25 anos) como secretária para Don Draper uma jovem virgem e ingênua. 



Na firma, Peggy já encontra Joan (32 anos), a ruiva bonita, com um corpo de arrepiar, bem vestida e amante de um dos sócios (Roger Sterling) como chefa das secretárias.
Ao longo do tempo, a secretária Peggy Olsen revela inteligência e criatividade e através de Draper começa a fazer parte do grupo de criação. Apesar de ser a única mulher no setor, ela vence pela sua capacidade e inteligência. 



Por outro lado, a ruiva Joan também vence, tornando-se sócia da firma, mas por um golpe. Eram as formas de subir na vida. Mas a série mostra que os caminhos de Peggy são uma recompensa da mulher trabalhadora e livre.



Se falarmos da mulher de Dan Draper, a loura e bonita Betty( 30 anos), corresponde a outro tipo de mulher. Proveniente de uma classe média alta, ela quer ser modelo, mas o casamento tradicional a leva a cuidar dos filhos e morar em um subúrbio rico, onde nem sempre o marido volta para casa, seja pelo trabalho, seja pela casos com outras mulheres que tem.


Betty ao casar-se e tornar-se esposa vai se apagando até tornar-se um simples esposa, que no seu segundo casamento, é impedida de ter opinião sobre fatos mais amplos do que criança e rotinas da casa. Com isso ela engorda, torna-se rabugenta com os filhos, torna-se adepta dos Vigilantes do peso, além de continuar cada vez mais adepta de vinho.




O segundo casamento de Draper é com Megan( 28 anos), uma mulher jovem que embora seja da mesma classe de Betty, já investe em uma profissão. Enquanto espera sua chance para ser atriz, ela trabalha como secretária de Draper, com quem se casa. Inicialmente, ela faz propagandas , busca um personagem numa (soap opera), já que mora em Nova York, e encontra meios de viajar para a California, inclusive deixando Draper em NY, para ingressar no cinema. Encontra seu ambiente em Hollywood e cada vez mais vai se esgarçando a relação entre ela e Draper.


Betty e Megan (embora tenham formações culturais diferentes, sendo uma norte-americana e a outra canadense) são da mesma geração. São quase todas de uma mesma geração, suas diferenças de idade não chega a 10 anos, apenas suas formações a levam a percursos diferentes. Uma se anula como esposa, seguindo a tradição, Megan, levada pelos ventos feministas busca realizar sua profissão, lutando para ser atriz, mesmo que seja se separando do marido.  Da mesma maneira,  Peggy segue lutando por seu espaço na profissão, também carregada pela atmosfera feminista. Existe um desastre do lado afetivo, não porque não tenha encontrado, mas sua vida afetiva é marcada por desencontros. Da mesma forma, Joan, sabendo o lugar que ocupa, explora sua beleza e retira dela seu sucesso.
E por baixo de tudo, vamos observando as mudanças que acontecem na sociedade norte-americana, a cada temporada.



É uma série memorável, e nunca ficará obsoleta, velha, porque ela está bem ambientada ao contexto de sua época. Nada igual ao primeiro episódio quando se vê a primeira cena passada em um ambiente fechado com uma densa nuvem de fumaça de cigarro no ar, saindo de várias bocas de homens e mulheres.

sábado, 20 de setembro de 2014

Em breve: Selfie

A comédia é mais uma estória “criativa”( nesta época de repaginação de tudo), baseada na peça musical My fair lady (musical de Alan Jay Lerner e música de Frederick Loewe, em 1964), que já é uma repaginação da peça teatral Pigmalião, de 1913, de George Bernard Shaw, que por sua vez fez a releitura de um trecho dos poemas das Metamorfoses de Ovidio (Sulmona, 20 de março de 43 a.C. — Constança, Romênia, 17 ou 18 d.C), que trata do mito de Pigmalião. Por sinal, José de Alencar, escritor brasileiro visitou, de maneira inversa, o mesmo mito no romance Senhora.
Pigmalião é um mito grego. Ovídio narra que Pigmalião era um escultor e rei de Chipre que se apaixonou pela estátua que esculpiu ao tentar reproduzir a mulher ideal . A deusa Afrodite, apiedando-se dessa paixão, não encontrando na ilha uma mulher que chegasse aos pés daquela que Pigmaleão esculpira, em beleza e comportamento, transformou a estátua numa mulher de carne e osso, com quem Pigmaleão se casou. Na peça de Shaw, em Londres, Henry Higgens, pessoa rica, famoso professor de fonética aposta com seu amigo Hugh Pickering que transformaria, em seis meses, uma mulher do povo em uma mulher da alta sociedade , não só em aparência como também pelo uso da linguagem padrão e algum conhecimento. Como Pigmalião ele se apaixona pelo resultado, Elisa Doolittle.
Selfie tenta reatualizar o mito desde que Elisa é uma jovem incapaz de se relacionar com as pessoas, preferindo passar o dia nas redes sociais e twiter, tendo como elas diz mais de mil seguidores. Mas sua obsessão narcisista acaba lhe trazendo problemas sérios. É então que ela vai atrás de ajuda para recuperar sua imagem pública. e busca ajuda de Henry, um especialista em marketing, que odeia até celulares, para que ele possa ensiná-la a dosar entre os relacionamentos reais e os virtuais.
A pedida é boa, visto que se instalou nas redes colocar fotos e nem mais escrever. Uma das cenas do primeiro episódio é boa, quando várias moças estão no elevador falando sobre uma personagem de um livro e Elisa pensa que estão falando dela. Criado por uma mulher Emily Kapnek e dirigido por outra, apesar de alguns excessos, parece uma boa pedida, pelo menos é uma crítica ao comportamento atual das pessoas. America

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Enquanto elas não chegam... Comentamos as adoráveis Mad men e Downton Abbey

Estas séries me fascinam, porque ambas relatam a história do ocidente, ou pelo menos nos primeiros 50 anos de 1900, a importância da sociedade inglesa, a decadência da aristocracia e suas estratégias. A outra trata do desenvolvimento da propaganda, desde o reclame estampado nas revistas até quando a propaganda foi para a tv, para o vídeo.
Nos anos 80, quando eu era professora, me choquei quando um aluno me disse que as propagandas da tv eram uma forma de se escolher o produto! Fiquei chocada porque ele não entendia dos bastidores, dos recursos financeiros investidos pelas indústrias e que nada indicava que aquele produto era melhor do que outro (que não anunciava) para ele escolher. Inocente, este jovem devia achar que todos os produtos eram veiculados na tv para ele escolher! Não passava por sua cabeça, o preço de uma propaganda (e que seu conteúdo poderia ser irreal) na tv e que nem todas ou mais de 90% das pequenas indústrias não estavam na tv.
Mas Mad men que trabalha com os bastidores da propaganda, mostra como da inocente (?) propaganda impressa ao astuto formato das atuais propagandas, com pesquisas de público, com avaliações e com uma indústria de consumo impele o grupo a quem se destina, a comprar objetos, coisas pelo desejo ou pela aparência. Enquanto isso, os primeiros publicitários, criadores, começam a cair em queda livre, como Dom Draper que ao final dos anos 70 está sem emprego, mesmo utilizando-se de estratégias e os gananciosos começam a lucrar. Talvez a protegida de Draper, Peggy ainda vá ser chefe dele. São as mudanças do tempo, do capitalismo e da ética.
E Downton Abbey? Fica para a próxima postagem.

domingo, 7 de setembro de 2014

Em cena: ELAS VÊM CHEGANDO...

Séries Temporada longa 21set Good wife t6 22 set The blacklist t2 22 set The big bang theory 8 23set Chicago fire t3 23 NCIS t12 23 Person of interest t4 24set Chicago PD 24 LAW & ORDER:SVU t16 25set Bones t 10 25 Scandal t4 28set CSI t15 29set Castle t7 1out Criminal minds t 10

sábado, 6 de setembro de 2014

Em cena - Sessão de Terapia: terceira temporada - Missão salvar

Afinal, dou os parabéns a diretor Selton Mello, ao produtor Roberto D’Ávila, a Jaqueline Vargas (pelo comando do roteiro). São os créditos básicos para que se tenha uma boa série como é Sessão de terapia. Mas antes de falar propriamente da trama, chamo a atenção sobre os créditos. No Brasil, tanto o criador bem como o produtor aparecem em segundo plano, quando na verdade, pelo menos nos EUA, seus nomes são destacados porque sem eles não haveria série alguma. Abordando temas atuais como a violência contra a mulher e as consequências da denúncia, um jovem órfão de mãe e que quer a atenção do pai, daí tentar char sua atenção pelo alcoolismo, um adulto rico que não quer sair do armário, devido às discriminações bem como o medo de perdas econômicas e afetivas e finalmente um adulta, professora universitária, a série se completa com a própria analise do analista Theo. Logico que Theo, agora, separado, saído de uma longa viagem para reflexão de como procede na profissão e os seus problemas pessoais ainda atravessam a trama. Nesta temporada é mostrado, muito superficialmente, o problema das drogas do filho mais velho de Theo e o conflito Theo e de um irmão (que apareceu agora e não se sabe onde ele estava enquanto Theo cuidava da depressão da mãe) Já encontro um erro na entrada de um irmão que não aparece na estrutura do autor original, o psicanalista israelita Hagai Levi, e que ainda não foi consertado. Pois este irmão desconfigura o passado solitário deo jovem Theo que tem que cuidar e lutar com a depressão da mãe e o seu suicídio. Talvez este irmão, Nestor, estivesse com o pai ou em colégio interno, mas nada se sabe e com isso a vida anterior de Theo, contada ao longo da segunda temporada desmorona para nós espectadores. Ainda tem um psicanalista, Evandro, que estando no Brasil, convida Theo e outros 2 terapeutas para sessões de supervisão. Evandro faz parte da Sociedade Internacional de Psicoterapia, mora em Londres e isso é mais que suficiente para ser considerado um grande terapeuta. E será mais um erro que se comete na série, porque como supervisor e com tal renome seu grupo se desfaz diante de um problema privado entre 2 terapeutas integrantes do grupo. Ou os roteiristas não entendem o que é uma supervisão ou simplesmente este pobre psicanalista surgiu (do nada) para inserir na trama a psicóloga Rita, que deverá (possivelmente) fazer um par romântico ou sexual com Theo. Mesmo Theo sabendo do problema dela de gostar de homens mais velhos, por causa do seu script de ter sido criada, quando criança, apenas pelo pai. Até me lembrou um conto de Lygia Fagundes Telles, intitulado O menino, ele segue em frente no flerte. Mas o menino De Fagundes telles “corta” o cordão umbilical com a mãe, porém Rita sempre se apaixona por homens mais velhos como o seu mentor (Guilherme) com quem ela tem um caso amoroso, que acaba na sala da supervisão (quando ela conhece Theo e se insinua, invadindo sua vida privada vorazmente. Vamos ver como é que fica. Faltam apenas duas ou 3 semanas apenas para terminar esta temporada. Será que a narrativa precisava disso? Theo já está cheio de problemas que remetem a seu comportamento desde a adolescência, sua inconformidade não resolvida com o pai, a internação feita por ele mesmo do filho Rafael, seus ciúmes ou sua decepção pela preferência de Rafael pelo tio Nestor, sua mágoa com as acusações do Nestor (onde estava todo este tempo???) Mas o que acho mais complicado nesta temporada não são os furos da narrativa, mas sim o próprio local da ação. A sala que Theo atende seus pacientes é integrada a sua vida particular. A sala é ampla, dá para se ver a cozinha, sua biblioteca, o sanitário, o espaço das refeições(não é um kitinete ou um apartamento de um único espaço, porque existe uma porta para outro espaço). Não creio que Theo durma no grande sofá onde seus pacientes são atendidos. No entanto, pior que isso é a liberdade de movimentação dos pacientes na ampla sala. Eles se levantam, andam para lá e pra cá, interrompem as sessões e vasculham sua biblioteca, seus porta-retratos, vão ao sanitário, e... por último, sabem o tempo certo da consulta! Nunca Theo informa que a sessão terminou, eles se levantam na hora certa! Olha, eu tenho dois tempos de 12 anos de terapia, e não sei quando acaba a sessão. Eles estão em um momento de crise! Desesperados! Mas sabem quando parar. Sei que em um ambiente televisivo como o das séries ou novelas que mudam o cenário de dois ou três minutos, transformando a movimentação numa forma de prender os espectadores, uma sessão de terapia onde apenas existem dois personagens falando por 20 minutos deve ser cansativo (para espectadores mais espertos não há este problema) porque ali, nestes 20 minutos, é um momento de reflexão, inclusive de si mesmo. Não acho que deva parar este momento de reflexão sobre o indivíduo e da sociedade e... espero a quarta temporada, mas que se mantivesse um clima “mais realista” de uma sessão de terapia.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Em cena: Sessão de terapia: terceira temporada

Vem aí uma análise bem detalhada de Sessão de terapia. Logo felicito a GNT e o diretor e o produtor desta terceira temporada que foi escrita por brasileiros. A gente merece uma série séria. Não só de alegria a vida é. E série não deve ter o propósito de fazer o espectador fugir de seus problemas e de sua realidade.

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