quarta-feira, 13 de outubro de 2010

ENTRE LINHAS


ENTRE LINHAS

NO ORDINARY FAMILY

A nova série apresenta uma família norte-americana composta por um casal e dois filhos - Jim (Michael Charles Chiklis) e Stephanie (Julie Benz) e os adolescentes Daphne (Kay Panabaker) e JJ (Jimmy Bennett). No episódio piloto, Jim a partir de sua insatisfação pessoal sugere uma viagem para integração da família, pois se apresenta de forma não harmônica - declarada por Daphne como problemática -. A pseudo fuga da realidade não dá certo, pois ocorre uma pane na aeronave e a viagem não é nada prazerosa.


Jim trabalha para a polícia desenhando os rostos dos suspeitos, descritos por testemunhas. Ele é apresentado como bom pai, bom companheiro, todavia o que se pode perceber - não é declarado - duas frustrações masculinas: não possuir a notoriedade da esposa - uma cientista mundialmente reconhecida - e não fazer parte da ação ativa dos policiais que caçam bandidos.


O que me preocupa e destaco não é a apresentação da crise familiar nem dos superpoderes adquiridos por todos os membros da família - Jim/força; Stephanie/velocidade; Daphne/leitura de pensamentos - sensibilidade -; e JJ uma inteligência acima do normal - e sim a atribuição do surgimento de todos os problemas da família Powell à ausência da personagem feminina no lar - home sweet home -. É o lado profissional da Stepfanie que gera todos os ruídos -. E como suprir as ditas carências deixadas por ser profissional? Pensou em partilhar as tarefas com os demais membros da família!!! Error. Utiliza-se o superpoder e tudo fica pleno,pois a responsabilidade é, exclusivamente, feminina!
Sugiro acompanharmos a série para verificar se esses valores continuarão a ser difundidos.
Abraços,
Aura

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

COMENTÁRIOS A ESMO



A série Rizzoli e Isles - primeira temporada -permite-nos várias ponderações, as quais irei apresentar em partes para que a possamos saborear verdadeiramente - nada de ansiedade -.

Nesse primeiro comentário, trago uma fala em destaque; não da detetive (Angie Harmon ) nem da legista (Sasha Alexander )mas do antagonista do primeiro episódio - Warren Hoyt um serial killer - que declara: Jane Rizzoli age governada pelo coração e não pela cabeça. Será uma caracterização exclusivamente de Jane ou ele deseja caracterizar todas as profissionais mulheres?Será que nós somos apenas emoção?Deixo o questionamento... ...

Até breve,

Aura

domingo, 10 de outubro de 2010

CSI:Miami: não gosto da série

CSI: Miami desfigurou desde a primeira temporada o formato que foi construído para essas séries ( de investigação de cenas de crime), por Anthony E. Zuiker. Elas sempre apresentaram uma dupla de especialistas, formado por um homem e uma mulher, que discutiam e refletiam sobre os indícios. CSI: Miami, a partir do 12 episódio da primeira temporada, correu sozinha durante quase uma década. Horatio de um especialista (em que?) tornou-se um misto de detetive de rua e com suas deduções sempre levou a reboque o laboratório de técnicos forenses. Foi a primeira inversão do formato.
A segunda inversão, ocorrida no episódio 11 da primeira temporada, Horatio ficou sendo o único personagem principal, focando a ação a partir de seus encontros com as vítimas (apresenta sentimentos de compaixão), sua “conversa” (não inquéritos) com os criminosos (quando apresenta sentimentos de indignação e cinismo). Seu contato com a equipe de técnicos forenses é razoavelmente apática, mas comanda com mãos de ferro, visto que todos obedecem e partem de suas deduções para provar suas idéias. Horatio torna-se o todo-poderoso.
A composição do detetive-de-rua ao mesmo tempo especialista-chefe do laboratório forense é de um semi-herói (configuração muito antiga, da década de 50/60, oriunda ainda dos detetives criados pela literatura policial) que o ator deve ter fixação, talvez influenciado na sua infância e adolescência por policiais como Maigret e outros da época. O detetive solitário rodeado de subordinados, de atitudes pacíficas (mas com força bastante para resolver situações de agressões) com grande compaixão e cumplicidade com os fracos (melhor dizendo, fracas, crianças e mulheres) envolvendo-se ao ponto de prometer que vai encontrar o criminoso, e inexorável e raivoso em contato com os criminosos.
Tudo isso o faz “o herói” (antiquado) que combate o crime, age com a justiça contra os bad boys, que são muitos e muitos em Miami (cidade do pecado e de muitos latinos...).
Maravilhosa justiça norte-americana na tela, enquanto várias outras séries mostram as lacunas do sistema judicial (Boston Legal) e vários outros da mesma temática (Law & order).
Mas o mais interessante é que o tipo de detetive-herói-dedutivo e instintivo que vinha sendo deixado de lado, agora, em 2010, encontra o seu lugar. E Horatio que vinha na contramão dos policiais vai se encontrar na crista da onda atual.
Mas a configuração de Horatio não me convence. Ele parece sempre uma estátua (filmado quase sempre de baixo para cima), com suas perfomances corporais tão repetidas (nem se fala o bota-e-tira-óculos) que chegam ao ridículo, além daquelas frases bombásticas e ocas que se encerram com a entrada dos créditos.
O certo é que o herói solitário (enquanto o mundo desaba em escândalos provenientes de homens reais) da ficção o elevou ao herói da lei, pacificante, complacente e amoroso com as vítimas, um ideal de policial e chefe de forma que para quem gosta de paraíso terreal, encontra a paz e sua reconciliação com o mundo com Horatio Caine, pelo menos nos 42 minutos por semana, tempo que dura cada episódio.

sábado, 9 de outubro de 2010

CSI Las Vegas: primeiro episódio da 11ª temporada

CSI Las Vegas inicia a nova temporada. No primeiro episódio parece que Cath continua a tentar manter sua liderança. A possível morte de Ray, no último capítulo da temporada anterior, não se concretiza. Ele continua e torna-se centro de consultas; trabalha mesmo estando no hospital. Vamos ver o que espera Cath nesta temporada que se inicia tendo os policiais como alvo de ataques. Parece-me que ela está sendo testada e Ray seu possível substituto. Mas ainda é cedo, continuemos a observar.

sábado, 2 de outubro de 2010

RIZOLLI & ISLES: uma dupla diferente ?

Faça uma receita que pode ser um sucesso: 1-coloque uma Olivia Benson (ou Cathy (de CSI), ou mesmo Stella Bonasera (de CSI:NY) 2 - junte uma Bones, com mais estilo do que Brenda Johnson. 3- Junte dois detetives um jovem e um velho, um muito voltado para descobrir pistas através dos programas do computador e outro, no velho estilo de dedução Finalmente, coloque uma pitada de comédia e para cobrir tudo isso uma família italiana. Eis uma receita que pode gerar várias temporadas.
Estou falando da série policial investigativa, da temporada de verão, com 10 episódios, inspirada nos livros de Tess Gerriter, que junta com Janet Tamaro, defendem a criação.

O esquema de roteiro já é bem conhecido, uma central de polícia e o ambiente do médico legista. Até aí nada mudou com relação às séries iniciadas em 2000. Mas os perfis das mulheres que têm essas difíceis profissões (detetive e médica legista), entram em rota de colisão com a ditadura da beleza (Sex and the city) e capitulam. Basta ver The Closer (2005); finalmente o mundo está em conflito, os fundamentalismos e tradições estão na coluna “do bem”, do “natural”, as ditaduras estão na estética, na beleza e no consumo, portanto os dramas policiais precisam ficar mais leves e algumas posições e situações entre amigas ou entre elas e a família entram como outros ingredientes nas séries investigativas.
A família de um lado, a tentativa para encontrar o parceiro ideal, por outro formam o ligamento entre o ambiente profissional e o privado. Pelo menos , esta série é bem mais plausível, do que outras. A família entra devido aos rizolles e macarronadas: é uma família italiana, com domingos em família e com uma mamma muito incrível (Lorraine Bracco, a psicanalista de A família Soprano).
A dupla principal é formada pela detetive Jane Rizolli (Angie Hamon, a promotora auxiliar de Law & Order ) e a médica legista Maura Isles (Sasha Alexander, NCIS, primeira temporada) que são amigas, confidentes. Diferentes em tudo, uma policial, filha de italianos, classe média baixa e a outra médica legista, criada em colégio interno (Europa?), filha (adotiva) de pais universitários, graduada em Medicina. Uma precisa trabalhar a outra trabalha para dar sentido à sua vida. Uma é o que a outra não é, mas se complementam. Uma bebe vinho, a outra cerveja. Uma veste roupas confortáveis para a investigação policial (calça comprida, blusa e blazer), a outra sempre usa vestidos e saltos muito altos. Parece até que as criadoras quiseram unir uma mulher solteira da década de noventa (como Olívia Benson) com o outro modelo do século XXI. Essa “feminilidade” prescrita atualmente com o consumo de vestidos-bolsas-e-saltos-altos sempre foi acrescentada a uma cabeça fútil, superficial, voltada para a aparência e para perseguir um homem em busca de uma estabilidade emocional. Mas são mulheres as criadoras e elas sabem que tentar encontrar o seu nicho na aparência não retira a competência e a inteligência da mulher e as idealizadoras da série deram a volta por cima, construindo mulheres mais plausíveis, menos fúteis, tirando situações cômicas dessas duas mulheres tão diferentes. A “feminilidade” está só na aparência de Maura, pois as duas são fortes e decididas.
Portanto, talvez essa dupla agrade em cheio ao público, principalmente, às mulheres que sabem que para vencer na vida precisam de estudos, inteligência e de atitudes. Elas não vacilam. Já está confirmada uma segunda temporada.

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